Jovens estão há 15 meses sem receber a contribuição do governo de Zimbábue para manter graduação em solo argelino
“Quando a polícia nos fez entrar em seus ônibus, logo pensamos que nos levariam a Tamanrasset”, contou um estudante de 24 anos que está há três anos na Argélia. “Pecado que não somos malianos (de Mali) nem burquinenses (de Burkina Faso) e o Zimbábue está a mais de 10 mil quilômetros de distância da fronteira argelina! Tivemos muito medo, pois os militares chegaram com os cassetetes já empunhados. Por sorte, nos levaram à estação de ônibus e até compraram os bilhetes para que voltássemos para casa”, disse.
Os estudantes estão na Argélia com bolsa regular de estudo por conta de um programa do governo de Zimbábue. O país africano, no entanto, vive uma fase delicada de transição depois da prisão, em 15 de novembro, do presidente Robert Mugabe, que esteve no poder por mais de 40 anos. A renúncia oficial ocorreu no dia 21 de novembro.
Sem dinheiro, sem casa e sem emprego

Após serem despejados do campus universitário, estudantes ficaram ao relento
O problema é que as condições do visto acordado em Argélia aos estudantes do Zimbábue impedem que eles trabalhem para se sustentar. “Não temos escolha e alguns de nós agora estão trabalhando nos canteiros de obra da construção civil, como operários, outras como domésticas, pois nestes setores não é solicitado o visto de trabalho”, disse um representante dos estudantes ao portal online New Zimbabwe.
“No último ano e meio tiveram de se esforçar para sobreviverem”, afirmou uma fonte local da revista italiana Mondo e Missione, “e desta situação de insegurança as maiores vítimas foram as garotas, algumas das quais se aventuraram na prostituição”.
Depois do despejo e de dois dias acampados diante da embaixada, alguns estudantes fizeram um apelo ao novo presidente interino do Zimbábue, Emerson Mnangagwa, pedindo-lhe que interrompa o programa de estudos no exterior e conceda bolsas nas faculdades do Zimbábue.
Com informações da revista Mondo e Missione
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