Conheça um pouco mais sobre a missão que a coordenadora da Infância e Adolescência Missionária da Arquidiocese de Londrina-PR, Lúcia Martinoti, realizou na Guiné-Bissau
Na Guiné-Bissau aprendi que a missão é doar a vida pelos outros. Este é, sem dúvida, um conceito impressionante de generosidade e amor gratuito. Quem não quer ganhar um Nobel da Paz com uma história comovente de sacrifício da própria vida na construção de um mundo melhor? Acontece que, depois que fiz a experiência, sou obrigada a discordar desse clichê: é muito mais vida que se ganha do que se dá. Desde que cheguei à Guiné, particularmente na cidade de Bafatá, tenho aprendido que a verdadeira missão não é uma doação. Quando você doa algo, deixa de ter aquilo. Mas quando você se doa é diferente. No meu caso, não canso de ganhar os numerosos presentes que este tempo é capaz de conceder, que é a alegria das lembranças e as amizades entrelaçadas entre nós. Agora me sinto pertencente a dois países. Hoje tenho consciência de que cada um deles é, na verdade, um pedaço de vida que se soma a uma única vida. A missão reforça a certeza que um mundo melhor se constrói quando somos capazes de compreender com compaixão e empatia a cultura, a religião, os costumes, as opções e contextos sociais, políticos e históricos de um povo.
Sentimentos
Quando cheguei à Guiné-Bissau, segurar uma criança no colo era a coisa mais fofa de se fazer. No início, toda a nossa comunicação se resumia em olhares e toques na minha pele branca e no meu cabelo amarelo, com aquele olhar desconfiado, querendo dizer algo, e isto me deixava mais emocionada. Perguntava a mim mesma de que forma eu poderia ajudá-las. E a resposta vinha através de sorrisos lindos e contagiantes. Meu português era difícil para as crianças, tanto quanto a língua delas, o crioulo, para mim. O melhor lugar do mundo é onde somos capazes de ser amantes e amados. Ousemos sempre amar.
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