Um olhar mais atento às crianças e aos adolescentes, fazendo-os prioridade na ação pastoral da Igreja e na sociedade, tornando-os protagonistas de suas histórias.
As crianças são dons. Maior sinal da presença de Deus no meio de nós, aqui na terra. São elas, a quem o próprio Jesus apresentou como o modelo, daqueles que herdarão o Reino dos céus. “Quem se fizer pequeno como esta criança, esse é o maior no Reino dos Céus.” (Mt 18,4). Jesus enfatiza aqui, as crianças e sua forma peculiar de ser, diferente da nossa, sua capacidade de perdoar, sentir e amar, sua confiança total naqueles que ela ama e os tem como exemplo para sua própria vida, isso faz ser as prediletas D’Ele.
Testemunho que encanta Jesus, em todo seu itinerário de vida, ensinou aos seus discípulos com palavras e obras, a fim de que os assemelhassem a Ele, nas atitudes e não somente nas palavras “Dei-vos o exemplo, para que façais a mesma coisa que eu fiz”. (Jo 13, 15) Sabemos que as crianças, tem esta sensibilidade de reproduzir, transmitir, tornar-se semelhantes aos adultos, como um configurar-se, por meio do seu testemunho e através dos seus ensinamentos, isso mais ainda quando estes lhes são próximos delas. “Não posso ver uma criança sem sentir o desejo de fazer-lhe compreender quanto Jesus Cristo a amou”. (Marcelino Champagnat)
Protagonistas do presente Nós, os adultos, estamos tão sobrecarregados em meio às tarefas do dia a dia, que não paramos para refletir e perceber que, o presente é a base para o futuro cheio de esperanças e sonhos. E que são elas, as crianças e os adolescentes a nossa prioridade do hoje, se realmente sonhamos e queremos um mundo melhor. Por isso, é necessário nos inspirar nas atitudes de Jesus para com as crianças, atitudes de respeito e acolhida, torná-las protagonistas e atendê-las na sua formação integral. (DAp 441) Passamos boa parte da nossa vida escutando: “as crianças são o futuro da nossa sociedade, da nossa Igreja…do amanhã”. De fato, elas são! Portanto, vale lembrar que essas, continuam todos os dias, diante dos nossos olhos, fazendo história, no hoje que lhe é permitido sonhar, esperançar e acreditar que também elas têm a capacidade transformadora, no presente.
O cuidado com as prioridades O Documento de Aparecida n.438 diz que: “A infância, hoje em dia, deve ser destinatária de uma ação prioritária da Igreja, da família e das instituições do Estado, tanto pelas possibilidades que oferece como pela vulnerabilidade a que se encontra exposta.” Conscientes do que nos apresenta este documento, se faz necessário, um olhar mais atento e cuidadoso às nossas crianças, priorizá-las, fazê-las protagonistas da história, hoje! Pois são as prediletas de Jesus “Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque o Reino de Deus é daqueles que se lhes assemelham”. (Mc 10,14). Tornar-se como criança, é assumir os mesmos sentimentos de Jesus, amar por primeiro, ir ao encontro dos outros sem preconceitos, ver, se aproximar e cuidar, a criança confia e vai. É preciso valorizar essa capacidade missionária dos meninos e meninas, que não só evangelizam outras crianças, começando primeiramente com os de casa. Isto é priorizar o que realmente é importante para elas.
Um futuro a ser acolhido e apresentado a Jesus Ir ao encontro de Jesus e estar com Ele, é uma relação de intimidade profunda, conquistada diariamente num colóquio pessoal. Isso supõe amizade, lugar de acolhida, escuta, diálogo.
Não obstante, nossos adolescentes também necessitam de um olhar atento, cuidado, acolhida e escuta. Por não serem mais crianças e nem jovens, passam por conflitos internos e dificuldades na busca da sua própria identidade, portanto, requer uma maior atenção em sua formação integral.
Busca da Identidade A Igreja nos alerta a uma maior criatividade em nossas pastorais e movimentos que trabalham diretamente com os adolescentes, aqui destacamos a Obra da Infância e Adolescência Missionária, para que “observem suas próprias características, que garanta sua perseverança e o seu crescimento na fé. O adolescente procura uma experiência de amizade com Jesus ” (DAp. 442) Por isso, devemos reforçar nos encontros e oportunidades que temos, a importância de se cultivar uma espiritualidade missionária encarnada, para que estes tomem consciência do seu papel importante na Igreja. Os adolescentes são protagonistas na realidade em que estão inseridos, com uma identidade inspirada na dos discípulos de Jesus, que tem a capacidade transformadora de chegar a todos. Eles, “representam enorme potencial para o presente e o futuro da Igreja e de nossos povos, como discípulos e missionários do Senhor Jesus. ” (DAp 443) Cabe a nós tomar a iniciativa, pois estamos diante de um futuro esquecido, que necessita ser recuperado, acolhido, amado, evangelizado e apresentado a Jesus – As crianças e adolescentes. Sim, as crianças e os adolescentes.
Por Ir. Antonia Vania A. de Sousa - Secretária Nacional da IAM
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