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"Francisco tinha a China no coração, então tinha a mim no coração"

De uma fonte da AsiaNews, o relato de como os católicos chineses estão vivendo a morte de Francisco. Muitas frases e imagens do papa foram compartilhadas nas redes sociais locais:


"Na dor do luto, prevaleceu a alegria de anunciar o amor. Uma explosão espontânea, pouco prudente, mas que lembrou que a morte e o medo não têm a última palavra."


"Uma senhora idosa me disse: gostaria de ir ao Vaticano, ele queria vir à China: compartilhamos o mesmo sonho impossível."

Foto: PETER PARKS / AFP
Foto: PETER PARKS / AFP

Uma fonte da AsiaNews que vive na China continental compartilhou conosco este relato sobre como os católicos chineses estão vivendo a morte do papa Francisco. Um retrato no qual emergem afeto e consciência de fazer parte da Igreja universal.

"O Papa tinha a Igreja chinesa no coração, então tinha a mim no coração."
"O Papa que amava Nossa Senhora de Sheshan, que amava os chineses!"
"Francisco nos amou, sempre senti minha vida conectada à dele."

Essas são algumas das mensagens que recebi após o anúncio da morte do Papa Francisco. Assim que a notícia se espalhou, os grupos do WeChat se encheram de orações e doces palavras dedicadas ao Papa. Por algumas horas, foi como se o tempo tivesse parado (como se estivesse protegido), e frases, imagens, fotografias e vídeos que normalmente os cristãos se censuram por prudência circularam sem medo.


Na dor do luto, prevaleceu a alegria de anunciar o amor. Como se quisessem retribuir o anúncio tantas vezes recebido. Foi uma explosão espontânea, é verdade que pouco prudente, mas que lembrou que a morte e o medo não têm a última palavra.


Porque Francisco amava a China! E os chineses se sentiram amados, buscados, desejados — sobretudo, não esquecidos. Por meio do coração do Papa, descobriram-se como centro pulsante.


São muitos os testemunhos de amor e sincera gratidão. Um jovem chinês me contou que Francisco tinha uma imagem de Nossa Senhora de Sheshan em seu quarto e dizia rezar todas as noites pela China. Não sei se é verdade, mas pouco importa, porque o ponto é que aquele jovem e sua comunidade, a partir daquele momento, sentiram-se "unidos para a vida" ao Papa: sentiram-se Igreja! Assim, o Papa das periferias, vindo do fim do mundo, fez a periferia sentir-se no centro.


Uma senhora idosa me disse que o sonho da sua vida sempre foi visitar o Vaticano. Ela sabe que isso nunca será possível, mas, desde que soube que Francisco também sonhava em visitar a China, sente-se feliz por compartilhar o mesmo sonho impossível do Papa.


Nestes anos, Francisco tomou posições que às vezes exigiram da população uma dose extra de confiança. De fato, a dificuldade da situação — cada vez mais dura e complexa — aqui nunca desaparece; mas essa complexidade foi acolhida, não apenas porque "o Papa é o Papa", mas porque "ama a China" e assume a responsabilidade por decisões difíceis.


Há também uma curiosidade saudável por parte dos chineses não cristãos por uma figura universal distante de sua mentalidade. Nas conversas informais, percebe-se a desinformação que existe sobre o assunto. Uma professora, por exemplo, me perguntou se o Papa já esteve na China e ficou surpresa quando expliquei por que ele não pôde vir, enquanto outra estava convencida de que o Papa era o líder da Itália.


Nestes dias, sente-se um profundo agradecimento pelo vento de abertura que o Papa soube mediar, por esse movimento de encontro entre centro e periferia que anula as fronteiras. E faz respirar um novo ar, o ar da Igreja.


Por AsiaNews - tradução e adaptação Redação Mundo e Missão

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