Leão XIV: "Migrantes hoje são as testemunhas privilegiadas da esperança"
- Editora Mundo e Missão PIME
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- 25 de jul.
- 3 min de leitura
A mensagem do pontífice para o Dia dos Migrantes e Refugiados, que a Igreja celebrará em 4 e 5 de outubro, em conjunto com o seu Jubileu, foi divulgada.
"Eles confiam em Deus e suportam todas as adversidades em busca de um futuro no qual vislumbram a aproximação da felicidade, do desenvolvimento humano integral". Entre os católicos, "eles contribuem para revitalizar comunidades eclesiais rígidas e sobrecarregadas: que sejam acolhidos como uma bênção".

"Num mundo obscurecido por guerras e injustiças, mesmo onde tudo parece perdido, os migrantes e refugiados erguem-se como mensageiros de esperança. A sua coragem e tenacidade são um testemunho heroico de uma fé que vê para além do que os nossos olhos podem ver e que lhes dá a força para desafiar a morte nas diversas rotas migratórias contemporâneas".
Assim escreve o Papa Leão XIV na sua mensagem para o 111º Dia Mundial do Migrante e do Refugiado, que a Igreja celebrará nos dias 4 e 5 de outubro e na qual se realizará também o evento jubilar que reunirá migrantes e o mundo missionário em Roma. O texto, intitulado "Missionários de Esperança", desenvolve um tema que já havia sido escolhido pelo Papa Francisco para este evento.
"O contexto mundial atual – observa o Papa – é tristemente marcado por guerras, violências, injustiças e fenómenos meteorológicos extremos, que obrigam milhões de pessoas a deixar a sua terra de origem para procurar refúgio noutro lugar. A tendência generalizada de cuidar exclusivamente dos interesses de comunidades circunscritas constitui uma séria ameaça à partilha de responsabilidades, à cooperação multilateral, à realização do bem comum e à solidariedade global em benefício de toda a família humana. A perspetiva de uma renovada corrida aos armamentos e o desenvolvimento de novas armas, incluindo as nucleares, a pouca consideração dos efeitos nefastos da crise climática em curso e as profundas desigualdades económicas tornam os desafios do presente e do futuro cada vez mais exigentes".
Por todas estas razões – explica Leão XIV – "é importante que cresça no coração de muitos o desejo de esperar num futuro de dignidade e paz para todos os seres humanos. Tal futuro é parte essencial do projeto de Deus para a humanidade e para o resto da criação". E para o Papa, a "conexão entre migração e esperança revela-se distintamente em muitas das experiências migratórias dos nossos dias. Muitos migrantes, refugiados e deslocados são testemunhas privilegiadas da esperança vivida na quotidianidade, através da sua confiança em Deus e da sua suportação das adversidades em vista de um futuro, no qual vislumbram a aproximação da felicidade, do desenvolvimento humano integral".
Os migrantes e refugiados católicos, além disso, "recordam à Igreja a sua dimensão peregrina, perenemente voltada para o alcance da pátria definitiva, sustentada por uma esperança que é virtude teologal".
Podem tornar-se hoje "missionários de esperança nos Países que os acolhem, levando adiante novos percursos de fé onde a mensagem de Jesus Cristo ainda não chegou ou iniciando diálogos inter-religiosos feitos de quotidianidade e de busca de valores comuns". "Com o seu entusiasmo espiritual e a sua vitalidade – acrescenta ainda Leão XIV – podem contribuir para revitalizar comunidades eclesiais enrijecidas e sobrecarregadas, onde avança ameaçadoramente o deserto espiritual. A sua presença deve então ser reconhecida e apreciada como uma verdadeira bênção divina, uma oportunidade para se abrir à graça de Deus que dá nova energia e esperança à sua Igreja".
As comunidades que os acolhem – acrescenta o Papa – podem, no entanto, ser um testemunho vivo de esperança, "promessa de um presente e de um futuro em que seja reconhecida a dignidade de todos como filhos de Deus". Isso acontece onde migrantes e refugiados "são reconhecidos como irmãos e irmãs, parte de uma família em que podem expressar os seus talentos e participar plenamente da vida comunitária".
Leão XIV conclui convidando à oração para confiar "todos aqueles que estão a caminho, assim como aqueles que se esforçam para os acompanhar, à maternal proteção da Virgem Maria, conforto dos migrantes, para que mantenha viva no seu coração a esperança e os sustente no seu compromisso de construção de um mundo que se assemelhe cada vez mais ao Reino de Deus, a verdadeira Pátria que nos espera no fim da nossa jornada".
Por AsiaNews - tradução e adaptação redação Mundo e Missão
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