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Um início desafiador e missionário

Em uma cerimônia comovente, quatro seminaristas africanos fizeram sua promessa inicial e foram formalmente admitidos como candidatos ao diaconato e ao presbiterato no PIME.

Arquivo PIME
Arquivo PIME

Desde setembro de 2024, estou em missão em Patajagir, um pequeno povoado situado a cerca de 60 km da sede da Diocese de Dinajpur e a 100 km de Mohespur, a paróquia onde eu vivia antes de ser transferido para esta nova localidade.


Patajagir é a paróquia mais nova do Bangladesh, dedicada à Divina Misericórdia (Divine Mercy Catholic Church). A nova missão está localizada em um território anteriormente habitado por povos indígenas, mas que, nos últimos tempos, tem recebido uma grande presença de muçulmanos em situação de refúgio — pessoas que não têm onde morar ou que fugiram de perseguições, guerras e conflitos.

Os povos indígenas que vivem nesta região pertencem majoritariamente ao povo Santal, com uma pequena minoria Mahali. A Paróquia de Patajagir é composta por 26 povoados, mas apenas em 17 deles há presença de famílias católicas. Há também um número significativo de outras denominações cristãs, que atuam especialmente em projetos de ajuda humanitária e desenvolvimento sustentável. No entanto, a maioria da população tribal da região segue religiões tradicionais, sendo, portanto, considerada pagã.


Ao contrário de Mohespur — missão onde estive por nove anos e que conta com uma boa estrutura, incluindo terrenos, casas para estudantes, capelas em quase todos os povoados, catequistas, cemitério e outros recursos —, Patajagir está apenas dando seus primeiros passos como paróquia. É, portanto, uma realidade nascente em todos os aspectos: carente de estruturas e de pessoas capacitadas para atuarem, por exemplo, na catequese e na formação de jovens.

Visitando os povoados, aos poucos vou conhecendo e estudando a realidade das comunidades, com o objetivo de compreendê-las melhor e obter elementos que me ajudem, como pároco, nas ações pastorais que desejamos implementar. Um foco particular será a catequese, especialmente das crianças, que é um dos nossos principais objetivos de formação, assim como a formação de adolescentes e jovens.


Estamos trabalhando para criar uma cooperativa de crédito na paróquia. Essas cooperativas são uma realidade presente em quase todas as paróquias do norte do Bangladesh. Elas foram fundadas pelos missionários no passado, com o objetivo de incentivar a população a economizar parte de seus ganhos, criando uma reserva para emergências ou outras necessidades.


No início do ano, incorporamos à missão um catequista que trabalha diretamente com a paróquia. Ele permanece aqui cinco dias por semana, acompanha-me nas visitas pastorais aos povoados e cuida dos registros da secretaria. O catequista é uma figura muito importante no contexto de uma missão, especialmente em uma missão recém-criada como Patajagir. Seu papel, em termos de responsabilidade, se assemelha bastante ao de um diácono permanente no Brasil — ele é o braço direito do pároco, especialmente quando não há um vigário paroquial, como é o caso aqui.


Nas comunidades, faltam lideranças formadas que possam dar continuidade à evangelização e à catequese. Em termos de infraestrutura, há escassez de capelas. Para se ter uma ideia, em todo o território de Patajagir existem apenas duas capelas, construídas anos atrás, quando ainda fazíamos parte da grande missão de Dhanjuri.

Peço que rezem por mim e pelo povo do Bangladesh, pois estamos atravessando uma situação política muito crítica. O país é atualmente governado por um governo provisório, com pouca autoridade, já que quem detém o controle de fato é o exército. Há grandes manifestações por todo o território nacional e, ao mesmo tempo, o crescimento de movimentos e grupos radicais. A sociedade vive com medo, pois não se sabe qual será o desfecho de todos esses acontecimentos. A única certeza que temos, neste momento, é que talvez seja melhor que o exército esteja no controle do país.


Com gratidão, amizade e espírito missionário.


Por Pe. Almir Azevedo - Missionário do PIME no Bangladesh

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