O Instituto ganha mais um missionário além-fronteiras, no dia 01 de julho, padre Benedito foi ordenado por dom Irineu Roman, arcebispo da arquidiocese de Santarém. A ordenação aconteceu na Paróquia Imaculada Conceição em Almeirim, Pará, sua terra natal. A Celebração contou com a presença de padre Ace Valdez que representou o PIME junto com os demais coirmãos do instituto, padres diocesanos, religiosos e religiosas, e numerosos fiéis de Almeirim.
Após viver alguns anos como diácono na Costa do Marfim, Pe. Benedito, é enviado para a terra que ganhou seu coração. Ele mesmo, compartilha um pouco da sua caminhada missionária, confira:
"Nasci em Almeirim, uma cidadezinha na fronteira do estado do Pará com o Amapá. Benedito foi o nome com o qual fui batizado na igreja Nossa Senhora da Conceição, dezoito dias após meu nascimento. Sou filho de Benedito Barbosa de Medeiros e Maria do Socorro Lima de Medeiros. Minha irmã, meu irmão e eu crescemos numa família que nos ensinou a amar o “Papai do Céu” nas pessoas da Santíssima Trindade, e a “Mamãe do Céu” através da intercessão amorosa de Maria Santíssima. Devemos este amor amadurecido aos avós e pais, e fortalecidos em uma comunidade sempre presente em nossa vida.
Doação integral
A educação recebida da família, não somente no contexto social, mas principalmente na dimensão espiritual, e meu envolvimento na vida paroquial, foram fundamentais para o meu discernimento vocacional. Fui influenciado, particularmente, pelo testemunho dos freis, padres, religiosos, religiosas e leigos consagrados que serviam, zelosos e dedicados, em nossa paróquia Nossa Senhora da Conceição. Longe das suas famílias, elas e eles fizeram da nossa comunidade a sua família e doaram ao Senhor aquilo que tinham de mais precioso: a vida.
O despertar de um desejo
Almeirimense de origem e da etnia tucuju no coração, aos 16 anos mudei-me para Santana, no Amapá, com o objetivo de continuar os estudos. Naquele período desenvolvi uma atividade acadêmica intensa na Universidade Federal do Amapá (UNIFAP). Fui estudante, professor, pesquisador; tornei-me enfermeiro, mestre e quase fui doutor.
Em busca de discernir minha vocação fui catequista, participei da Pastoral da Juventude, eu e alguns amigos organizamos um grupo de estudos que chamamos de Kenosis. Participei de algumas atividades no Seminário Pio X, em Santarém, e na Escola Missionária do Marajó, em Afuá. Entretanto, a vida doada sem reservas dos missionários do PIME, vindos de outro continente, chamava a minha atenção.
Foi padre Luís Brusadelli, da Casa da Hospitalidade em Santana, que me apresentou o PIME, sem que eu notasse, pois, toda vez que eu ia participar das celebrações na Casa da Hospitalidade, ele me dava a revista “Mundo e Missão”. Quase a me mostrar algo novo, algo que pudesse abrir minha mente e o coração para o mundo e a missão.
Os rumos da caminhada
Então desamarrei meu barco do porto seguro. Despedi-me do querido rio Amazonas e fui buscar águas mais profundas. Passando pelo rio Itajaí-Mirim, em Brusque-SC, onde realizei os estudos filosóficos, eis que chegou o momento de atravessar o oceano e desembarcar em Milão, na Itália. Logo ingressei no Seminário Teológico Internacional de Monza, onde experimentei a alegria e os desafios paradoxais da missão. Éramos 60 seminaristas de 11 diferentes nacionalidades. Eles me enriqueceram como pessoa e como missionário. Contei com a colaboração de formadores que sempre me incentivaram a viver minha vocação de maneira sincera e fiel.
Acertando os ponteiros
A minha consagração ao Senhor foi feita no dia do meu batismo e confirmada no dia em que recebi a Crisma. Assim, sempre tentei viver a missão como cristão com a ajuda daqueles que me acompanharam. Mas foi no dia 11 de setembro de 2021 que consagrei totalmente minha vida a Deus através da promessa definitiva que fiz no PIME a serviço do Evangelho. Em 25 de setembro de 2021 fui ordenado diácono em Milão. Após férias com a família no Brasil, fui para os Camarões, na África, onde tive a oportunidade de aprender a língua francesa.
Da teoria à prática
Em março de 2022 recebi a primeira destinação diaconal: Costa do Marfim, na África. Lá, cheguei e fui bem acolhido pelos coirmãos no dia 05 de junho de 2023. Fui destinado para a paróquia Santo Antônio de Pádua, no vilarejo de Ouassadougou, a 132 km de Bouaké. Um grande desafio pessoal foi assimilar a cultura local uma vez que a paróquia abriga dois setores com duas culturas diferentes. Portanto, o período foi de muita oração, além de uma boa dose de paciência.
Enfim, sacerdote
Apesar de já viver como missionário na Costa do Marfim, o Instituto concedeu-me a alegria de retornar à minha comunidade de origem para compartilhar da minha ordenação sacerdotal com as pessoas responsáveis por fazer germinar minha vocação missionária, em maneira particular a minha família.
O recadinho e uma proposta
E para finalizar esta partilha, deixo uma mensagem às famílias, que são o berço das vocações. Se hoje muitas crianças e jovens não amam a Cristo, é porque não aprenderam a amá-lo desde o seio familiar. Aos jovens, sempre em busca de algo que possa saciar os desejos e as paixões próprias dessa idade, eu digo: busquem o Amor maiúsculo. As paixões passam, mas o verdadeiro Amor permanece. Amem, vivam esse Amor e se deixem amar por Ele. Guardem-no no lugar mais seguro do mundo: o seu coração.
E você pode fazê-lo como sacerdote, religioso ou leigo, seja solteiro ou casado. Todos somos chamados a amar e a compartilhar desse Amor com quem quer que seja. Mas, se você sentir o desejo de doar a sua vida, sem reservas, a Cristo; se você decidir que a melhor maneira de utilizar o que tem de mais precioso, a sua vida, com Cristo; e se quiser vivê-la de maneira intensa, então o PIME pode ser uma proposta, e você... a resposta!
Por Pe. Benedito Júnior Lima de Medeiros, PIME
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