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Caminhos e caminhadas

Neste mês vocacional, conheça a trajetória do padre Alan Julio Duarte dos Santos, recém-ordenado sacerdote do PIME e prestes para partir para a missão no Bangladesh



O desejo de testemunhar o amor de Cristo

Sou Alan Júlio Duarte dos Santos, brasileiro de Pirapora, Minas Gerais. Sou o 11° de uma família de 13 filhos. Tenho 34 anos. Minha vocação tardia parece fora de contexto, mas só tenho a dizer é que tudo acontece no tempo de Deus.


O embrião do meu percurso vocacional veio da infância na paróquia, (Paróquia Nossa Senhora de Fátima) como coroinha e, em seguida, como coordenador dos demais. Também participava de um coral chamado Nova geração. Fazia parte da Infância Missionaria e de um grupo de cartilhas para reflexão da Palavra. Na adolescência, atuava em um grupo batizado como Pescadores de Almas.


Aos 15, a convite de um frade, ingressei em uma comunidade denominada Congregação Missionária dos Frades Servidores, em uma casa de Ponto Chique, no meu estado, para uma experiência de seis meses. Ela se estendeu por 5 anos. Foi quando aprendi que ser missionário é colocar-me a serviço do outro. De fato, conheci e trabalhei em pequenas comunidades do norte de Minas. O contato, o olhar, o sorriso e o abraço são pequenos gestos e oportunidades de testemunhar o Ressuscitado.


Cursei filosofia e, no final de um ano de teologia, senti um veemente desejo de ser um missionário no mundo afora, mas não sabia como, e isso me angustiava demais. Comecei a questionar a minha vocação. Então pedi um tempo à comunidade para refletir e discernir. Na época, fora da vida religiosa, evitava falar de vocação, mesmo tendo o desejo silencioso no coração.

Estudei psicologia e artes/música em dois campos universitários, um de manhã e o outro à noite. Aproveitava as madrugadas para estudar. À tarde, estagiava na secretária da paróquia. Nos fins de semana, à noite, participava do grupo de jovens.


Momentos essenciais

O primeiro aconteceu no encontro de seminaristas nas Pontifícias Obras Missionárias em Brasília, em 2010. Lá, o testemunho de um padre xaveriano sobre uma experiência coletiva com missionários do Pontifício Instituto das Missões ao Exterior (PIME) me impressionou. Até então eu nada sabia sobre o tal PIME. O fato é que, entre tantas congregações missionárias, o nome PIME não me saia mais da cabeça.


O segundo momento deu-se quando eu e os jovens da paróquia Sagrado Coração de Jesus, de Montes Claros, participávamos da Jornada Mundial da Juventude no Brasil, em 2013. Quando o papa dizia: “Ide sem medo para servir" vislumbrei um oceano e, como se fosse chamado à missão mundo afora, eu disse aos amigos que aquilo parecia ser um chamado precisamente para mim.


Depois do evento voltei à rotina. Conclui o curso de música e licenciei-me em psicologia. Mas confessei ao meu pároco, que também era meu diretor espiritual, que eu tencionava ingressar no seminário do PIME. Ele me convenceu a ter uma experiência nas minhas profissões, “porque isso também é uma missão”. Em obediência, atuei como professor de ética profissional no conservatório e criei minha própria clínica de psicologia. Apesar do sucesso profissional, ganhar dinheiro não me fazia genuinamente feliz.

Depois de um ano, o padre me entregou a carta de recomendação para ingressar no seminário. Deixei o consultório, o ensino na rede estadual, tudo, porque acreditava que havia encontrado um tesouro. Fiz uma experiência missionária no norte do Brasil, e um ano no seminário do instituto no Brasil e, depois, fui destinado para concluir o curso de teologia na Itália. Lá, fiz o ano de espiritualidade, a teologia e promessa definitiva, já como membro do Instituto. Tornei-me diácono no "Duomo" (catedral) de Milão, no dia 25 setembro de 2021.


o padre Alan na sua função como diácono na sua pastoral na Itália

Neste ano de 2022, conclui o curso de teologia e fui destinado como missionário para a missão de Bangladesh. Recebi a graça da ordenação sacerdotal no dia 23 de julho, em Pirapora-MG, minha cidade natal, pelas mãos de dom Darci Nocioli.


A convicção

Estou convicto que somos todos missionários do Reino a partir do nosso batismo. E, portanto, estou muito feliz de poder contribuir de modo especial como sacerdote, para missão da Igreja e de cada um de nós.


Se você alimenta, de forma intensa, o sonho de partir para a missão, não desista. Comece com pequenos sinais de Deus em sua família, com seus amigos e com todos aqueles que você conhece. Por deste critério, você estará em comunhão com a Igreja para viver e levar o evangelho do modo mais genuíno, mais simples, a quem mais precisar de solidariedade, de paz, de justiça e do amor de Deus.


Texto completo publicado na Revista Mundo e Missão edição 264. Gostou da matéria? Assine a revista!


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