Com o Papa Leão, para relançar a missão
- Editora Mundo e Missão PIME
- há 7 dias
- 3 min de leitura
O editorial conjunto das revistas missionárias italianas:
A eleição de um missionário como Prevost é um desafio particular para a Itália: recorda-nos que partir para terras distantes não é uma vocação do passado.

Um missionário que se torna Papa é uma experiência inédita para a Igreja Católica. E é uma alegria particular para nós, que contamos a Igreja e o mundo a partir do olhar de quem — como Robert Francis Prevost — acolheu como razão de vida o chamado a fazer com que a palavra de Jesus chegue até as periferias mais esquecidas do mundo de hoje.
“Devemos buscar juntos como ser uma Igreja missionária, uma Igreja que constrói pontes, o diálogo, sempre aberta a acolher, como esta praça de braços abertos”, disse o Papa Leão XIV já em seu primeiro discurso da sacada da Basílica de São Pedro, pedindo a cada um que se torne também “ponte” do amor de Deus para todos.
O Papa missionário é um desafio particular para nós, missionários. E na nossa Itália, talvez hoje seja ainda mais do que em outras regiões do mundo. Ele nos recorda a urgência da missão — justamente agora que corríamos o risco de nos acostumar com a ideia de que partir para terras distantes fosse uma vocação do passado. Ele nos diz da necessidade de não nos fecharmos em nosso reduto, mas de continuar a olhar para longe, “ad gentes”, para abrir verdadeiramente nossas comunidades ao sopro do mundo.
Como muitos já sublinharam, o Conclave que elegeu Leão XIV foi o mais universal da história da Igreja: graças às escolhas proféticas do Papa Francisco, nada menos que 71 países estavam representados entre os cardeais eleitores presentes na Capela Sistina. Estavam lá pastores de comunidades católicas pequeníssimas, que vivem em cidades e regiões sobre as quais os holofotes do mundo nunca se voltam.
Pois bem: foi justamente esse Colégio Cardinalício tão singular que, com uma votação rápida e aparentemente muito ampla, escolheu Leão XIV. Fez isso certamente por suas qualidades humanas. Mas também com plena consciência de estar escolhendo um missionário. Além de um homem a quem confiar o ministério de sucessor de Pedro, este Conclave indicou um caminho para acolher o convite que tantas vezes o Papa Francisco nos dirigiu ao nos chamar a ser uma Igreja “em saída”.
A partir da missão — palavra-chave também do caminho sinodal — somos todos chamados a recomeçar: o Papa (que no Peru alcançava comunidades nas montanhas mais remotas a cavalo) e a Igreja inteira. E juntos nos indicam também as novas fronteiras, como quando, explicando o nome escolhido, o novo Papa traçou um paralelo entre a primeira revolução industrial enfrentada por Leão XIII com a Rerum Novarum e os desafios que o desenvolvimento da inteligência artificial impõe hoje à dignidade humana, à justiça e ao trabalho.
Porque também a economia que mata, e a sede de paz em um mundo dilacerado por conflitos, são hoje terras de missão.
No missionário Prevost, que se tornou Pontífice, chama a atenção especialmente um traço: quem o conheceu de perto não conta gestos grandiosos, mas repete sempre uma qualidade — é um homem que sabe escutar. Não é o missionário que viveu as aventuras mais heroicas, nem aquele que mais levantou a voz ou construiu mais escolas ou postos de saúde, mas deixou sua marca ao abrir o coração e a mente a quem encontrava.
Porque é assim que, como disse em sua primeira missa com os cardeais na Capela Sistina, também aquele que exerce autoridade “desaparece para que permaneça Cristo”.
Hoje ele é Pedro. E também nós, missionários — na Itália e em cada canto do mundo — queremos continuar nossa missão com esse estilo discreto, não invasivo.
Por Federação da Imprensa Missionária Italiana (FESMI) - Tradução e adaptação redação Mundo e Missão
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