Nazarenas de Žytomyr, na Ucrânia: abrigo, oração e esperança durante a guerra
- Editora Mundo e Missão PIME
- há 4 dias
- 3 min de leitura
Três religiosas da Congregação da Sagrada Família de Nazaré administram um jardim de infância e um Centro de Assistência à Família em Žytomyr, respondendo às exigências da comunidade local atingida pela guerra. «Em 24 de fevereiro de 2022 tudo mudou», recordou a Irmã Franciszka Tumanievich ao descrever os primeiros dias de conflito, quando as instituições de ensino foram fechadas e ela, junto às irmãs de hábito, embalavam pacotes humanitários no depósito da Caritas.

Em maio de 2022, nos espaços cedidos pela Cáritas, as irmãs inauguraram um jardim de infância, aberto durante o dia inteiro, para os filhos de quantos trabalhavam em infraestruturas críticas e dos voluntários. «Não tinham onde deixar os filhos; por isso, acolhemos o maior número de crianças possível nas poucas salas disponíveis», afirmou a irmã Franciszka. Atualmente, cerca de 20 crianças de quatro e cinco anos frequentam todos os dias o jardim de infância e, além das lições de arte e de inglês, participam também nos momentos de oração. «Estas crianças rezam todos os dias pelos soldados, pela paz», acrescentou a religiosa. «Não há jardins de infância cristãos na Ucrânia, por isso a nossa iniciativa foi algo inovativo; o seu funcionamento tornou-se possível graças à Cáritas SPES», realçou.
Em 2024, a irmã Gabriela, que trabalhou durante 15 anos nos Estados Unidos como psicóloga, uniu-se ao grupo. «Veio com o desejo de servir, embora ainda não tenha aprendido a língua», disse a ir. Franciszka. Começou a trabalhar como coordenadora no Centro de assistência familiar. Todos os meses, mais de 200 pessoas - crianças e adultos - utilizam o serviço. Os mais pequeninos aprendem em aulas de grupo com um pedagogo e um psicólogo, enquanto os maiores têm workshops de artesanato e as mulheres que perderam entes queridos reúnem-se em grupos de apoio. «É um lugar seguro onde podem tomar chá e conversar», descreveu a ir. Franciszka Tumanievich.
Do pessoal, quase metade são mulheres deslocadas, especialistas em logopedia, psicologia e pedagogia, que passaram elas próprias por experiências traumáticas. «Estas mulheres são uma dádiva para nós», frisou a religiosa. E recordou exemplos de atividades interessantes, como ginástica linguística, dança e canto.
«As histórias destas mulheres são muito difíceis e comovedoras, e por isso o funcionamento do centro é muito importante», acrescentou. «Atualmente lidamos com uma geração de órfãos e viúvas, e muitas das famílias estão destruídas porque os seus membros vivem no estrangeiro», realçou a religiosa.
Gerir um Centro de assistência familiar é também uma coordenação para cuidar das necessidades básicas. «Certificamo-nos de que os nossos hóspedes tenham lanche, chá e um espaço, para que não se preocupem com nada e para que disponham de condições confortáveis, que possam jantar e rezar connosco», acrescentou a religiosa.
Além do serviço diário no jardim de infância e no centro, as irmãs organizam retiros e encontros de formação para as famílias. A irmã Franciszka, que trabalha diariamente no Tribunal eclesiástico, frisou que o apoio espiritual anda de mãos dadas com a ajuda material e psicológica. «Queremos que estas pessoas não só vivam mais um dia, mas também que consigam encontrar significado e esperança», concluiu.
Por Tomasz Zielenkiewicz – Vatican News
Obrigado por ter lido este artigo. Se quiser se manter atualizado sobre Mundo, Igreja e Missão, assine a nossa newsletter clicando aqui

Comments